LINA
Como o nome, mulher pequenina
Astuta, atenta, domina com sua visão
É assim que reparo e vejo a Lina
A mulher rara que veio do Japão
Não é menina, parece madura
Domina a área do balcão
Terá vida bastante dura
As suas filhas, como ela, mostram educação
Parecem felizes
Com a sua mãe a dominar o balcão
Sendo de origem japonesa
Virão a possuir a bem portuguesa instrução
Sendo felizes como parecem
Enraizar-se na ocidental cultura irão
Um dia, coisas da Lina e da sua visão
Ao sentar-me na mesa com o meu livro
O meu café foi logo servido de antemão
Acompanhava um regalo
Disse ao empregado, não pedi isto, não
Com um malicioso sorriso:
- Encomendou, então!
Foi a Lina que mandou, ela tem juízo
Olhei a Lina sorridente
Ela me acenou, como se o gesto viesse do paraíso
Porque não?
Por minha vez sorri, foi evidente
Olhei a Lina com sorriso e comoção
Daniel Costa