segunda-feira, 20 de maio de 2019

O TEDDY BOY


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O TEDDY BOY

“O Teddy Boy tem botões de latão / Só lhe falta o boné para ser guarda portão”!

Nos anos cinquenta, do século XX, foi muito popular a figura de “Tedd Boy”, que os grupos musicais, dedicados ao Rock and Roll, iam imortalizando.
Os “Teddy Boys”, faziam parte da adolescência, da sociedade urbana das grandes urbes
É nesse contexto, que esta história se insere:
- Era eu empregado de balcão, num pequeno bar onde, a partir das 10.00 horas da noite, ficava sozinho a trabalhar.
Certo dia apareceu um cliente a querer parecer um desses “Teddy Boys” ou “alfacinha de gema”, como eram também então, apelidados certos elementos da adolescente juventude da cidade de Lisboa.
O cliente de aspecto altivo, moreno, de fisionomia incaracterística, diria com cerca de trinta anos. Embora se apresentasse, a crer passar como estando na onda dos “Teddy Boys”.
Parecia, no entanto, pouco urbano, para pertencer e esse movimento.
Como cliente, mostrou pouco à vontade, o que em nada era condizente, com esse grupo.
Vestido a rigor de fato e engravatado, foi fazendo conversa e a certa altura, dizendo ser oficial miliciano, em que baseava a sua credibilidade, pediu-emprestados 70$00, porque tinha combinado uma ceia, com uma miúda com quem se ia encontrar e estava, sem dinheiro para o efeito.
Logicamente, como resposta recebeu a nega, não havia tal importância, disse, como desculpa; razoável desculpa, talvez a já esperada.
Porque a seguir, voltando a invocar a qualidade de oficial miliciano como garantia, seguiu sugerindo retirar a importância da caixa registadora.
Claro que nem pensar numa coisa dessas. Não era por acaso que o patrão me considerava, a ponto de ter passado e me ter deixado só, como sempre o fazia, sendo eu que, sempre cerrava o estabelecimento.
Nessa hora, já a Avenida estava deserta e eu pensei no pior e o pior seria um assalto.
Preparei-me, afivelado um ar de respeito que exibi, ao mesmo tempo que estava disposto a enfrentar qualquer tentativa de golpe.
Mas tudo ficou, naquele exacto ponto, em pouco o “Teddy Boy”, arredou pé e terá ido bater a outra porta.

Daniel Costa

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