quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

POEMA FESTA DA MATANÇA

FESTA DA MATANÇA

Faltava a música e a dança
Quando em tempos que lá vão
Crescido o porco, se procedia à matança
Era uma festa, tinha início no quintal
Vários homens se reuniam
A para o ritual de abater e arranjar o animal
Passava-se na aldeia onde nasci
Era na vila de Peniche, hoje cidade
Imediatamente antes da maior idade ali vivi
Era um regalo, à noite a jantarada
Reunia a família, era próximo do Natal
Era a verdadeira consoada
Fazia parte do ritual
O porco morto ficar dependurado
Em tecto já adequado afinal
Para que as carnes crescerem em vez de minguar
A matança ocorria em fase de lua cheia, era banal
Porém a minha avó Jesuína, do Casal Foz
Nesses casos usava um requinte sem igual
Visto que os dois maridos que teve foram pescadores
Antes de dar inicio ao verdadeiro ritual
Enviava um emissário, que ficava a olhar o mar
A maré começava a encher, vinha a correr dar o sinal
Equacionava as combinações para começar
Lua cheia que influencia as marés
Carne a crescer ainda mais
Como conviria noutros tempos dos salgadores no convés
Em mundos de produção de sobrevivência
Saber bem modos de produzir procurar
Procurar por todos os meios essa ciência
Olhar o mar e visualizar os céus
Por força havia que pensar numa luta intensa
E o mar ali tão perto
Belo a ocasionar tranquilidade e paciência

Daniel Costa
Poema e foto do mar de Peniche

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