quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

POEMA BALADA DO CAVADOR


BALADA DE CAVADOR

Venho de beira-mar, de um altar
Digo sem sombra de tremor
Iniciei-me na terra a cavar
No campo fiz todo o trabalho
Também senti a dureza de ceifar
Com uma destreza tenaz
Para amenizar a vista do mar
Trabalhar de sol a sol era sempre
Ser homem de pulmão grande
Ao desafio de ser melhor a afirmação não era frequente
Havia pundonor
Um imenso sonho nunca esteve ausente
Pelo que fazia sempre me bati com arreganho
No coração o amor esteve sempre presente
Nesses tempos de antanho
Era já no primeiro ano da década de sessenta
Os últimos dias, ceifei numa prova de arreganho
A jorna era alta era o que fazia falta
O objectivo do patrão
Ver ceifado com pressa todo o trigo
Teve de escolher homens de superior dimensão
Um modesto trabalhador
Deixava ali o perfume do poder da humanidade
Veria a revelar-se em escritor
Subiria degraus sem fim
Sempre com optimismo e amor
Em balcões, em escritório
Esteve sempre o espírito modesto do cavador
O dinamismo foi sempre notório
Homem aparentemente sem valor
O que foi trabalhador indiferenciado, editor e jornalista
As pitonisas auguram que terminará a labuta como escritor
O máximo é ter amado sempre como um poeta o mundo
Fazer tudo pensando no universo do amor

Daniel Costa

2 comentários:

  1. Quanta preciosidade em seus versos! Amar o mundo como poeta e vivenciando o amor é sublime.

    Bjs.

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  2. Amigo Daniel!
    Lendo seu poema na íntegra não pude deixar de m emocionar ,pois ao ler senti e revivi essas cenas como reais,pois eu tenho minha história de vida no blog da Emilia.Então não pude conter as lágrimas,mas sentir o desejo de segurar tuas mãos e afagá-las...
    Abç.

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